
O Rei dos Elfos (Erlkönig)
maio 21, 2007
Quem cavalga tão depressa através da noite e do vento?
O cavaleiro é um pai com o seu filho;
Leva o menino bem abraçado,
Segura-o com firmeza, mantendo-o agasalhado.
Meu filho, porque escondes tanto essa carinha?
Não vês tu, papai, o Rei dos Elfos,
com a coroa e o manto?
Meu filho, é apenas uma réstia de névoa.
Meu querido menino, vem comigo! Ah, vem comigo! Vens?
Brincarei contigo jogos bem divertidos;
Na margem tem muitas flores coloridas,
Minha mãe tem para ti muitos vestidos dourados.
Papai, Papai, tu não ouves
o que o Rei dos Elfos me promete baixinho?
Sossega, meu filho, fica sossegado:
É o vento que murmura nas folhas secas.
Queres vir comigo, meu bom rapaz?
Tenho filhas que tomarão bem conta de ti,
As minhas filhas conduzem as danças noturnas,
E assim te embalarão, a dançar e a cantar.
Papai, Papai, não vês
as filhas do Rei dos Elfos além, na escuridão?
Meu filho, meu filho, o que em torno se passa
É o brilho pardo dos salgueiros velhos.
Gosto de ti, dessa linda figura,
E se não vieres a bem, levo-te à força.
Papai, Papai, o Rei prendeu-me agora!
Ai! Quanto me magoou o Rei dos Elfos!
O pai assusta-se, cavalga velozmente,
Segura nos braços o filho que geme,
Chega a sua casa, cansado e apressado.
Nos seus braços vai já morto o menino.
Goethe
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Para quem se interessou por esse poema de Goethe, ele foi usado por Schubert como base para composição de um Lied (à letra em alemão = canção), para orquestra e voz (mezzo-soprano), mas acredito que possa também ser encontrado para piano. A cantora Anne Sofie von Otter, que é uma das grandes cantoras líricas da actualidade, ópera e Lied, interpreta, entre eles, o Erlkönig.